Já conversamos exaustivamente sobre o que é um programa bilíngue. Sabemos sobre as vantagens de se estudar em dois idiomas, sobre como isso afeta o desenvolvimento cognitivo dos alunos e como isso ajuda a oferecer uma aprendizagem holística para eles. No caso da escola adotar o ICA, o programa termina nos Anos Finais. Se a escola adotar o DP, aí já muda de figura. O Diploma IB é reconhecido no mundo inteiro e, como já foi mencionado em outro post, é aceito em universidades mundo afora.
Agora, com esse esforço todo que as escolas fazem para oferecer um programa bilíngue, com esse esforço todo que os alunos fazem para conseguir concluir um currículo desafiador, o que mais podemos oferecer?
Todas as escolas internacionais em que eu estudei, a dupla diplomação era uma realidade. Eu mesmo tenho o certificado de conclusão do ensino médio e tenho um diploma do High School americano.
Mas no que consiste a dupla duplicação? Vou descrever o exemplo que o Collège du Léman, em Versoix, Suíça, faz. O CDL, como é conhecido, é uma escola internacional do grupo Nord Anglia, que possui escolas pela Europa e Ásia. O aluno que se matricula no CDL precisa optar por uma das vertentes: francófona ou anglófona. Cada vertente segue o seu modelo base, o francês ou americano, respectivamente. Em um determinado momento da sua trilha acadêmica, o aluno precisa escolher se vai seguir pelo o suíço, ou o britânico. No caso do americano/britânico, são 12 anos de escola para conseguir o diploma americano. Caso o aluno opte pelo britânico, ele precisa completar matérias e fazer provas que fazem parte do currículo britânico para conseguir o diploma. No fim, isso remonta a um ano a mais de estudos. Ao completar tudo, o aluno se forma com dois diplomas: o americano e o britânico.
Aqui no Brasil, o exemplo que eu conheço são as escolas americanas. A Escola Americana de Brasília, por exemplo, faz parecido. O aluno completa por padrão o currículo americano, mas, ao completar algumas matérias extras, como História do Brasil, Geografia do Brasil, e Língua Pátria, o aluno consegue também o certificado de conclusão do ensino médio. É assim também na Escola Americana do Rio de Janeiro e na Graded de São Paulo. A EAB oferece (ou oferecia, na minha época) uma matéria extra de gramática em português que concedia uma certificação de tradutor/intérprete, já permitindo o aluno a trabalhar nessa área.
Todos esses programas trabalham com a base no currículo americano, exigindo o cumprimento de matérias obrigatórias do currículo local para conceder a dupla diplomação. Agora, existem programas que trabalham com o inverso: a base é o currículo local, e o cumprimento de matérias extras exigidos pelo currículo estrangeiro concede a dupla diplomação. Esse é o caso do programa da Griggs International Academy.
Como mencionei semana passada nesta postagem:
A instituição onde trabalho tinha uma parceria com o Griggs International Academy, que oferece a dupla diplomação junto a escolas locais. Funciona assim: eles oferecem uma complementação curricular para atender às exigências acadêmicas dos Estados Unidos, e com isso, junto a Andrews University, oferecem um diploma de High School americano (e acesso direto à Universidade Andrews). Agora, é claro, essa grade curricular é toda oferecida exclusivamente em inglês.
Agora, a dupla diplomação não se restringe ao ensino médio. É muito comum a dupla diplomação para o ensino superior. Nos EUA, é muito fácil conseguir um double major, ou dupla titulação. Lá também existe o major, que é a titulação primária, e o minor, que é uma titulação secundária. O que diferencia uma da outra? Para um minor virar um major é apenas uma questão de créditos de matérias obrigatórias. Muita gente se forma em Arquitetura, ou seja, completam um major em arquitetura. Mas uma das matérias obrigatórias da Arquitetura é Arte Arquitetônica. Acontece que essa matéria também é obrigatória para se formar em História da Arte. Assim, a pessoa usa suas optativas puxando matérias de História da Arte. Quando ele completa todas os créditos necessários para completar o curso de Arquitetura, ele tem um monte de créditos de História da Arte, mas não o suficiente para completar o curso. Digamos, 60% do curso está completo. Assim, ele recebe a titulação de major em Arquitetura e minor em História da Arte. É claro que, se o aluno quiser ficar mais um tempinho para completar os créditos que faltam para se formar em História da Arte, no fim ele tem um double major: a dupla titulação.
Esses modelos que descrevi são as formas como eu conheço de dupla diplomação. Analisando essas informações, podemos ver que existem diferentes tipos de dupla diplomação:
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